VIDA NOVA

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Natal...

Natal do Deus-Homem


Vem Jesus, Deus-menino!
Quero ser teu berço, tua manjedoura, tua casa!
Vem! Bate com força à porta!
Porta que quero ser sem fechaduras,
Trancas ou ferrolhos, sem dobradiças…
Porta, qual coração aberto,
Escancarado, para apaixonado pelo Homem–Jesus,
Ver e acolher o Deus-menino…
Pergunto-me: procuras um lugar onde hoje nascer?
Uma casa, um lar?...
Queres entrar, estar e ficar…
E sei que só entras se convite receberes…
Eu quero… Vem… entra… e fica!
Dentro abre-se um espaço imenso,
Vazio, despido de beleza e de ordem,
Frio e silencioso…
Os raios de sol entram
por entre as frechas das telhas de cerâmica,
de um telhado sem tecto.
O vento redopia e uiva,
Em redemoinhos de nuvens poeirentas
em espirais lançadas no ar.
Os altares testemunhos e memória da fé
Tapados, sem brilho ou glória.
As paredes desventradas
A mostrar as pedras roliças do riachos
e o barro avermelhado com cal a desfazer-se em pó!
Só Tu podes encher esta casa interior
Nela encarnar e nascer
Deixar o eterno divino
Para assumires a finito mortal
Em carne de ser humano
Ser esperança de reconstrução
Recriando o sempre e mesmo lugar de paz,
Sempre o mesmo mistério de amor
No encontro a sós
No encontro comunitário,
Respira-se,
Sente-se,
Experimenta-se…
Não há outro lugar onde ir
Onde ficar… Entra e fica comigo
E com todos, povo teu…
Reconstrói e restaura,
Renova e recria
Primeiro o interior
Depois a imagem exterior
Porque és a Alegria que vem de dentro como Boa Notícia.
E tal como sou,
Quero ser Tua casa
Porque Tu és o refugio nas noites frias,
das solidões, ilusões e vazias paixões,
Aconchego nas horas dúbias,
Encontro que preenche vazios
De Amor pela Paixão no berço de Belém anunciado!
O porto segura nas horas de tempestade e de revolta
A despertar uma presença no fundo da alma
Uma luz que irradia,
Uma beleza que inebria:
-És a Vida! O Verbo encarnado,
Que se faz carne viva
E vem habitar no meio de nós (cfr. Jo 1, 14ab),
Nas entranhas da vida de cada pessoa,
na casa doméstica que somos,
Transformando-nos em casa de ternura
De paz e amor, de esperança e confiança,
de bênção para todos,
pelos caminhos e cruzilhadas da vida!
A todas as famílias,
a cada um dos seus membros,
a todo o homem ou mulher de boa vontade,
um santo e abençoado Natal de Deus-Homem
e um Novo Ano cheio das bênçãos de Deus-Menino
feito Homem-irmão para todos!
Francisco

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

MISSA DO GALO

Irá realizar-se a MISSA DO GALO na Igreja Matriz de Sangalhos no próximo dia 24 pelas 23h. Vem connosco celebrar a Vinda de Jesus, o Deus Connosco!

domingo, 22 de dezembro de 2013

Na barca da Igreja eu sou....

A diocese de Aveiro está a viver, a propósito dos 75 anos da sua restauração como diocese, um projecto pastoral que denominou de “Missão Jubilar”. Este projeto aproxima-se de um dos seus momentos mais marcantes que decorrerá de 8 a 11 de Dezembro próximo.
Neste enquadramento surge a caminhada “Na barca da Igreja, eu sou!” a realizar de 10 de novembro a 25 de dezembro.
Procura-se na primeira semana despertar a todos para a consciência do sentido da vida e da vocação. Nas semanas seguintes, cada cristão, comunidade, serviço diocesano e movimento são convidados a viver o caminho de felicidade proposto por Jesus Cristo nas bem-aventuranças. Ao mesmo tempo pretende-se motivar à participação na celebração diocesana do dia 8 de dezembro, centrando-nos, por fim, na celebração do Natal.
Na primeira semana, dedicada especialmente à promoção vocacional serão propostas a toda a diocese um conjunto de catequeses e de aulas de EMRC, a dinamizar de acordo com as faixas etárias, e por fim a realização de uma vigília de oração pelas vocações. Em termos individuais será proposto às pessoas um calendário de bolso “O que Deus quer de mim?” onde diariamente se procura propor um caminho de reflexão sobre a palavra de Deus e de oração.
Nas semanas seguintes até ao Natal, desafia-se cada cristão a viver com ações concretas a proposta das bem-aventuranças, sendo misericordioso, irmão, ouvinte, luz, feliz e a tomar consciência da presença de Deus connosco em Jesus Cristo.
Na vivência desta caminhada assumimos como símbolo – a rede de pesca, enquadrado no símbolo da missão jubilar – um barco. Semana após semana, será colocado na rede um peixe que representará o compromisso individual semanal.
Esta expressão simbólica terá expressão comunitária nas igrejas e familiar em cada um dos lares da nossa diocese.
Assumimos esta caminhada tendo presente o desafio do Mestre que segue connosco na barca: “Faz-te ao largo; e vós, lançai as redes para a pesca” (Lc. 5, 4). Somos assim lançados na aventura de realizar um mundo melhor vivendo as bem-aventuranças.


Na Igreja - 1º Peixe "Na barca da Igreja, eu sou... MISERICORDIOSO" - A misericórdia mais que a piedade, supõe verdadeira compaixão e partilha efectiva do que somos praticando a bondade. Ser Misericordioso é ser: compassivo, clemente, solidário, etc...




Na Igreja - 2º Peixe "Na barca da Igreja, eu sou... IRMÃO" - ser IRMÃO é ser: fraterno, pacífico e capaz de perdão...



Na Igreja - 3º Peixe "Na barca da Igreja, eu sou... FELIZ" - ser Feliz é envolver o próximo para partilhar a mesma felicidade que busco viver com Jesus Cristo

Na Igreja - 4º Peixe "Na barca da Igreja, eu sou PAZ" -  "Felizes os que promovem a paz" - Os pacificos são os que se orientam para o bem e percebem que a verdadeira paz e felicidade só são possiveis quando responderem à pergunta de Deus "Que fizeste do teu irmão?"


Na Igreja - 5º Peixe "Na barca da Igreja, eu sou PRESENTE DE DEUS" - Agradecer a Deus o dom da vida e do seu filho JESUS CRISTO - Acreditar significa confiar e perceber que a origem da vida de cada um de nós está em DEUS que no-la dá como  DOM para poder ser feliz.


Na Igreja - 6º Peixe "Na barca da Igreja, eu sou JESUS, DEUS CONNOSCO"

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Mensagem de Natal 2013 - Diocese

Natal Jubilar
Tem rosto pequenino, olho vivo, cabelo preto e farto, como todas as crianças da sua etnia, aquele menino, que uma funcionária da Instituição aconchegava ternamente ao seu regaço de mãe.
Foi a última criança a chegar nesta noite para a oração inicial que fizemos, antes da ceia de convívio, à volta da mesa recheada e decorada a gosto para a festa antecipada de Natal.
O Abraão, assim se chama este menino lindo, frágil e pequenino, tem 16 dias apenas, tantos quantos este advento. O Abraão é a criança mais nova daquela instituição da Igreja onde, semana a semana ou mês a mês, chegam crianças, que não tiveram lugar em berços de família ou casa em hospedarias da cidade.
Sabemos que a mãe do Abraão teve de recorrer a uma instituição porque foi abandonada pelo marido e não consegue sozinha cuidar do filho mais velho, que é deficiente, e do mais pequenino, que agora nasceu. Por isso desprendeu-se do mais saudável para cuidar do mais doente. São assim as nossas mães! Sempre mais próximas dos filhos que mais precisam!
Abraão é nome bíblico de pai dos crentes, de homem de amarras soltas, de arameu errante, de peregrino decidido a seguir o sonho de Deus e a fazer caminhada rumo à terra por Deus prometida. Abraão é raiz de um povo escolhido, primeiro habitante de uma terra abençoada e tronco fecundo onde se enxertam muitas gerações de gente feliz.
Num tempo de povos sem pátria, de nações sem paz, de pessoas sem-abrigo, de lares sem amor, de famílias sem trabalho, de bocas famintas, de emigrantes dispersos pelo mundo e tantas vezes rejeitados e excluídos, de suicídios a aumentar, de violência a crescer e de desalento a bater à porta de tanta gente precisamos ainda mais do Natal de Jesus.
Temos necessidade do Natal para que haja, ao jeito de Maria de Nazaré, regaços fecundos de mães onde a vida se receba, famílias onde a ternura, a bondade e a alegria se fortaleçam e comunidades cristãs onde as bem-aventuranças do evangelho se vivam em cada passo do caminho.
O melhor presépio de Jesus será sempre o coração dos pobres em espírito, dos puros, dos misericordiosos, dos pacíficos, dos que fazem das bem-aventuranças critério de vida e se sentem tocados de perto pelo amor do nosso bom Deus.
O advento tem este ano para a Igreja de Aveiro um sentido novo, porque iniciado em tempo de Missão Jubilar e vivido em plena Caminhada das bem-aventuranças. Este advento quer ser caminho iluminado pela luz da fé, pela força da esperança e pela presença do amor de Deus que se faz quotidiano da vida para milhares de pessoas e de famílias das cento e uma paróquias da nossa Diocese que se sentem mais próximas, mais unidas e mais felizes e se decidem a sonhar uma Igreja renovada e a edificar um mundo melhor.
Por isso, este advento do Natal é, para a Igreja, advento do tempo futuro, que desde já queremos antecipar e construir. No culminar da caminhada das bem-aventuranças, o Natal deve fazer-nos sentir, depois deste belo e bom caminho percorrido ao longo da Missão Jubilar, que são felizes os que acreditam que Jesus está connosco para fazer de cada um de nós presente de Deus para os outros.
A Igreja tem na mão essa grande missão: fazer do mundo a sua casa, do amor a sua arma, do tempo a sua hora, do chão da nossa terra a pátria das bem-aventuranças para ser presépio onde Jesus se acolhe e daí partir para anunciar a alegria do evangelho.
E tudo isto só se consegue se fizermos dos presépios humanos berços deste dom divino, que é Jesus, e se no rosto frágil do menino nascido na gruta de Belém descobrirmos o rosto de Deus que nos ama, nos envia o Seu Filho e nos chama a ser discípulos, missionários e mensageiros em Seu nome.
Nesse sentido e com esse espírito partilharei a Ceia de Consoada com os sem-abrigo da Cidade e de junto deles partirei para a Eucaristia de Natal na Sé.
A Igreja aprendeu com Francisco de Assis a fazer presépios para Jesus e reaprende com o Papa Francisco a ser casa de bênção e de ternura para os que sofrem e a abrir a mesa de família e de refeição aos pobres.
Celebrar o Natal é, assim, para cada um de nós, para cada família e para cada comunidade certeza de vida nova recebida de Deus, anúncio da alegria do evangelho e apelo feliz a viver as bem-aventuranças do reino.
Votos de santo Natal e de abençoado Ano de 2014.
Aveiro, 16 de Dezembro de 2013
António Francisco dos Santos, bispo de Aveiro

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Mensagem à Diocese



Mensagem à Diocese
Dia da Missão
A Igreja de Aveiro sente o caminho feito na fidelidade a Deus e ao mundo em que vive e por isso quer reunir os seus leigos, consagrados, religiosos, diáconos, presbíteros e bispo num grande encontro, como experiência maior de alegria, de comunhão, de fé e de missão. A Igreja é por natureza encontro e comunhão: reunidos, celebramos festivamente à volta da mesma mesa, transformada em altar da Eucaristia, a beleza da nossa fé e a alegria da nossa missão.
Respondendo ao apelo de Bento XVI, depois retomado e confirmado pelo Papa Francisco, vivemos o Ano da Fé e como Igreja que somos, celebramos os 75 anos de restauração da nossa Diocese.
Esta mensagem quer, por isso, reafirmar o convite dirigido a toda a Diocese para no próximo dia 8 de Dezembro, estarmos, a partir das 9 horas, na cidade de Aveiro, nos locais designados para cada arciprestado e aí iniciarmos a caminhada rumo ao lugar da Eucaristia.
Convoco-vos, irmãos e irmãs, para o Dia da Missão. Quero celebrar nesse dia, em Aveiro, com todos. Vamos mostrar ao mundo o rosto feliz e missionário da Igreja de Aveiro. Este rosto espelha-se no rosto vivo, cheio de fé, de esperança e de amor da Igreja no seu todo: crianças, jovens, adultos, famílias, paróquias, serviços, movimentos, instituições e associações.
Venho, por isso, de novo, convocar todos os presbíteros, diáconos, consagrados e leigos para participar na celebração diocesana do Dia da Missão. Antes da Memória e da Profecia está sempre a Missão: “Um dia eu vou…Hoje é o dia!”
Ancorados em Cristo, de quem somos discípulos, missionários e mensageiros, vamos inundar as ruas de Aveiro, vamos mostrar o encanto da nossa fé, vamos sentir a força da nossa comunhão, vamos afirmar a alegria de estarmos juntos na oração, na celebração da Eucaristia e no convívio. Não hesites. “Vive esta hora” e faz parte desta Festa!
Na caminhada pelas ruas da cidade reencontrar-nos-emos com o “barco”, símbolo da nossa Missão Jubilar. No dia 21 de Outubro de 2012, no início da Missão Jubilar e a partir da Sé de Aveiro, Igreja Mãe da Diocese, reparti este “barco” em 101 pedaços, tantos quantas as paróquias da Diocese. Nesse mesmo dia entreguei um a cada Coordenador de todas as paróquias para ser colocado na Igreja matriz, como símbolo visível da Missão Jubilar. Reunimos, no dia 12 de Maio, as peças repartidas, para que deste “barco” unido e refeito, pudéssemos fazer o belo altar da Eucaristia , em campo aberto, como altar erguido na Tenda de Deus, levantada no coração da cidade, frente à Sé e diante do lugar outrora habitado por Santa Joana, nossa Padroeira.
Retomámo-lo de novo, no termo do Dia da Peregrinação e redistribuímo-lo mais uma vez como símbolo e presença desta comunhão diocesana para quem regressa a casa depois de uma longa e bela peregrinação. Agora é a hora de o refazer definitivamente para ser testemunho da unidade da Igreja diocesana e colocado em lugar público da nossa Cidade a afirmar para o futuro a Missão que somos chamados a servir.
Queremos, assim, com este símbolo afirmar e fazer perdurar no tempo este modo de ser Igreja de Aveiro em Missão Jubilar, aberta ao mundo e enraizada na história e na cultura destas Terras da Ria e do Mar: “Na barca da Igreja, eu sou…”
Concerto comemorativo da restauração da Diocese
Uma das vertentes que quisemos valorizar na Missão Jubilar foi a dimensão cultural. No âmbito da Missão Cultura tivemos ao longo deste tempo jubilar múltiplas iniciativas, desde a Exposição Diocese de Aveiro – Presente e Memória, às várias Sessões/Debate, à Encenação sobre a Paixão de Cristo e aos diversos Concertos. Procuramos na diversidade desta oferta e na pluralidade deste serviço percorrer também o espaço diocesano levando a todo o lado este modo novo e este caminho necessário de diálogo da Igreja com a Cultura.
No próximo dia 10 de Dezembro, a unir o Dia da Missão e o dia da Memória, vamos realizar um concerto na Sé de Aveiro. Vamos cantar a alegria de sermos Igreja de Jesus Cristo e glorificar a memória abençoada destes setenta e cinco anos de história como Diocese. Esta Igreja e a sua história são feitas de vidas e de nomes, de caminhos que nos trouxeram aqui e de dons recebidos de Deus que queremos louvar e agradecer.
O lema “Vive esta hora!” que nos guiou ao longo da Missão Jubilar não pode ficar apenas inscrito nas torres das nossas igrejas ou simbolizado nos estandartes das nossas casas. Está inscrito no nosso coração e impresso com palavras e sons de novas linguagens e diferentes tecnologias a abrir a alma e a estender a sabedoria milenar da Igreja a novos espaços de diálogo, de colaboração e de missão.
A presença neste concerto do Coro da Catedral, do Coro de Santa Joana e da Filarmonia das Beiras revelam este abrir de horizontes e este ampliar de ousadia evangelizadora, estabelecendo diálogo da Igreja de Aveiro com o mundo da arte e da cultura e com as instituições da nossa Terra.
Dia da Memória
O Papa Pio XI restaurou a Diocese de Aveiro pela bula “Omnium Ecclesiarum”, assinada a 24 de Agosto de 1938. Pertenceu ao senhor D. João Evangelista de Lima Vidal, que nesse mesmo dia fora nomeado Administrador Apostólico da Diocese recém-restaurada, executar esta bula a 11 de Dezembro desse mesmo ano. É por isso este o dia oficial da restauração da nossa Diocese.
Queremos, assim, no próximo dia 11 deste mês de Dezembro, lembrar todos os diocesanos numa grande celebração de acção de graças na Sé de Aveiro, às 19 horas. Convido e convoco toda a Diocese para esta celebração.
Na nossa existência cristã, temos bem presente a Igreja que somos na sua dimensão peregrina, purificadora e triunfante. Sabemos que a nossa fé acontece a partir do testemunho dos que nos precederam na vida e na fé. É por isso que neste dia queremos fazer memória de todos esses cristãos que nos legaram o dom da fé e trilharam antes de nós o caminho das bem-aventuranças.
Numa união de compromisso e de sonhos, entendemos fundamental saber dizer obrigado por tudo o que recebemos. A gratidão é virtude humana e por isso mesmo cristã. Queremos dizer obrigado pelo dom recebido desta Igreja que somos e por todas as vidas e testemunhos de leigos, consagrados, diáconos, presbíteros e bispos, que já partiram ao encontro de Deus: “Um dia vou dizer obrigado…Hoje é o dia!”
A alegria do evangelho
O Papa Francisco anima-nos, com a sua palavra e com o seu exemplo, a viver neste “belo e bom caminho” e a continuarmos neste espírito de Missão Jubilar alegre e feliz. É isso que vamos fazer transportando em cada passo que damos e em cada dia que vivemos a experiência bela, criativa e mobilizadora da Missão Jubilar.
O futuro exige que nada se perca do bem que Deus em cada um de nós começou. Guardaremos para sempre o bem encontrado em todos os passos dados ao longo da Missão Jubilar. Temos caminho andado, alegria vivida, entusiasmo sentido e vontade de caminhar. Ganhamos dinamismos que devem permanecer e continuar.
Tem hoje mais sentido e maior encanto retomar a palavra inspiradora da Missão Jubilar que fui buscar a Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a boa nova…e enviou-me a proclamar um ano de Graça da parte do Senhor”(Is 61, 1-2).
Tem hoje renovado cumprimento e ganha acrescida actualidade a palavra de Jesus dita na sinagoga de Nazaré, depois de ter lido este texto do profeta Isaías: “Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir” ( Luc 4, 21).
Na exortação apostólica “A alegria do evangelho”, publicada no dia 25 de Novembro passado, o Papa Francisco convida-nos a viver com espírito de Missão esta “doce e reconfortante alegria de evangelizar”. O evangelho vivido com verdade e anunciado com alegria não se leva aos outros apenas com palavras. O evangelho ama e entusiasma. Aconchega e acarinha. Reparte o pão e testemunha presença. Chora com o coração e proclama a alegria de um mundo novo que começa a nascer. Faz-se caminhada das bem-aventuranças e diz-nos em bela e oportuna mensagem que são “felizes os que vivem esta hora”.
Um Advento vivido em Missão
No início de um novo ano litúrgico, quero lembrar-vos, amados diocesanos, que todos temos lugar próprio e missão específica na vida e na acção pastoral da Igreja de Aveiro. Assim como a Missão Jubilar envolveu, mobilizou e foi obra de toda a Igreja de Aveiro, assim queremos continuar a caminhar e a construir o futuro, dando resposta ao apelo desafiante do evangelho.
Um Ano da Fé não se encerra. Uma Missão Jubilar não se conclui. A vida cristã é procura incessante da beleza da fé, anúncio feliz do evangelho e compromisso necessário de missão. A fé e a missão quando bem articuladas e harmoniosamente unidas transformam-se sempre em belo projecto pastoral e em criativo impulso evangelizador. Queremos continuar a ouvir a voz de Deus que nos desafia a acolher a vida como missão de ser feliz e ajudar os outros a partilharem esta mesma felicidade de Deus que nos ama, nos chama e nos envia a anunciar as bem-aventuranças. Viver em missão é o caminho sonhado por Deus para a Igreja de Aveiro.
O advento que prepara o Natal é sempre advento do tempo futuro na vida e na acção pastoral da Igreja. O futuro está aí e o pós-missão deve ser preparado desde já. Quisemos dar voz ao Espírito de Deus para proclamar e viver este ano de Graça do Senhor. É o mesmo Espírito de Deus que agora nos vai inspirar a fazer deste tempo vivido e das maravilhas de Deus nele realizado advento do tempo futuro.
Ao longo deste tempo de advento acompanha-nos de forma mais próxima, terna e materna Maria, a Imaculada Conceição. Confiei a Maria, Mãe de Jesus e Mãe da Igreja, a nossa Missão Jubilar e senti a sua presença em todas as horas. Quero agradecer-Lhe a alegria da fé, a generosidade no trabalho e a paixão pela missão, que fizeram da Missão Jubilar um belo projecto pastoral a cumprir e a realizar em cada hora o sonho de Deus para a Igreja de Aveiro.

Aveiro 3 de Dezembro, festa litúrgica de S. Francisco Xavier, de 2013
António Francisco dos Santos, bispo de Aveiro