«Pediram-me para escrever um poema, fazer poesia,
Fazer uso do meu dom, e dedicar a tão ilustre homem,
Hoje, neste sagrado dia, minha mais recente obra,
Este poema que agora intitulei de “Unidos no Amor”.
Quando o escrevi pareceu-me estranho apelidá-lo,
Dar-lhe este nome, que mais seria digno de romance,
História de amor e fantasia, ilustração de paixão,
Ardente e desalmada, digna d’um conto de fadas…
Pareceu-me loucura mesmo, mas depois raciocinei,
E pensei para comigo se tal nome não seria, afinal,
Também digno de retratar nossas vidas, hoje, aqui,
Reunidos na presença de Deus, unidos no seu amor.
Unidos por esta fé que partilhamos, em nosso Senhor,
Jesus Cristo, em Deus: Pai, Filho e Espírito Santo…
Unidos, seguindo todos juntos neste caminho de luz,
D’esperança, caminhando lado a lado com nossos irmãos
Crescendo com a ajuda deles, com o seu apoio,
Conhecendo aos poucos cada vez mais de Cristo,
Nosso eterno salvador, e esforçando-nos por sermos,
Á sua semelhança, símbolos de entrega e de amor.
Assim, após profunda reflexão, não resisti ao impulso,
A esta vontade, de dar, a este poema, tão estranho,
Mas profundo, nome. Pois, afinal, não é o amor,
Esse sentimento tão poderoso, que hoje nos une?
Não é por amor, e também por dedicação,
E carinhosa caridade, que, neste magnífico dia,
O nosso bispo, António Francisco, aqui se encontra,
No seio da nossa comunidade, anunciando este dom?
Não foi por amor que Jesus Cristo por nós padeceu,
Na cruz, para nos salvar e livrar do pecado??
Não foi por amor, e também fé, que os discípulos,
Fiéis a Jesus, foram pelo mundo espalhar o Evangelho?
Não foi tudo isto por amor? Não é este que hoje,
Em conjunto com a fé, torna a nossa vida mais plena,
E cheia de sentido, com Deus, em profunda alegria,
Dando-nos a nós próprios por toda a humanidade?
Não somos nós afinal seres unidos no amor??»
[Poema escrito ao Sr. Bispo, na sua passagem por Sangalhos; lido em dia de S. Vicente a 22 de Janeiro]
por, Beatriz Ferreira
por, Beatriz Ferreira
